Em
geral, a distribuição global das artérias pulmonares e veias segue um padrão
semelhante ao das vias aéreas. Artérias pulmonares tendem ser pareadas com
brônquio de tamanho semelhante; a comparação é menos evidente para veias
pulmonares.
Além
de artérias pulmonares e veias, os pulmões possuem uma circulação brônquica, com
artérias bronquiais que surgem da aorta e artérias intercostais.
A
circulação pulmonar é, portanto, dupla: via
artéria pulmonar e via artérias
brônquicas, que são ramos da aorta. Estas duas circulações são muito diferentes
quanto aos seus tamanhos, suas origens e suas funções.
A
circulação brônquica parece ser menos importante, pois sua eliminação num
transplante pulmonar não causa qualquer problema; ao que parece, esta circulação
brônquica participa da defesa das vias aéreas e do metabolismo pulmonar,
suplementando a circulação pulmonar quando esta não pode fazê-lo adequadamente.
A
artéria pulmonar é a principal fonte de sangue para o pulmão, mas as artérias
brônquicas, ramos da aorta, são responsáveis pela nutrição
do sistema respiratório humano.
Pela
artéria pulmonar percorre todo o débito cardíaco, correspondente ao sangue
venoso misto. Todo o retorno venoso circula pela artéria pulmonar e seus ramos,
de modo que sua obstrução causa problemas que podem ser fatais.
A
artéria pulmonar ramifica-se logo após sua emergência a partir do ventrículo
direito, gerando os ramos principais
direito e esquerdo. Cada ramo divide-se em
oito geração de vasos arteriais bastante elásticos, com diâmetros maiores que 2
cm. Os ramos distais têm diâmetros entre 2 cm e 30 mm e correspondem às
pequenas
artérias que correm nas paredes das vias aéreas em direção aos alvéolos; à
medida em que vão surgindo os bronquíolos, essas pequenas artérias vão se
dividindo.
A
árvore brônquica e o sistema arterial pulmonar se assemelham um ao outro em
tamanho e em padrão de ramificação até o nível das divisões associadas com as
trocas gasosas. O sistema arterial termina gerando arteríolas, cada arteríola
penetra num ácino individual. As arteríolas fornecem sangue para a rede capilar
extensa que percorre o septo entre os alvéolos. Os capilares drenam para vênulas
pulmonares que seguem para a periferia dos lóbulos. As vênulas drenam para as
veias que confluem para 4 veias pulmonares principais que terminam no átrio
esquerdo.
As
arteríolas pulmonares não se anastomosam entre si, mas podem se comunicar
diretamente com as veias pulmonares através de canais anastomóticos
relativamente grandes. O sangue que percorre esses canais não é exposto ao ar
alveolar, de modo que persiste venoso, indo misturar-se com aquele normalmente
arterializado nas demais regiões pulmonares, compondo parte do chamado "shunt
fisiológico".
Na cirrose hepática, grandes
volumes de sangue podem seguir por estes shunts, resultando em hipoxemia por
falta de exposição do sangue venoso ao ar alveolar rico em oxigênio. Além dessa
via, algum sangue venoso deixa de percorrer os capilares, como aquele oriundo
das veias brônquicas e das veias esofagianas inferiores, as quais normalmente
deságuam nas veias pulmonares ou no
átrio esquerdo.
Ocasionalmente, pode haver drenagem anômala do seio coronariano ou do
sistema da
veia ázigos (e também de Tebézius), as quais drenam sangue venoso coronariano
para o ventrículo esquerdo.
Em conjunto, esses shunts representam apenas 3 a 5% do débito
cardíaco, fazendo com que a PO2, arterial seja 5 a 10 mmHg menor que
a PO2 do sangue que deixa o alvéolo.
A
Circulação Brônquica
Foi
Leonardo da Vinci quem primeiro identificou a circulação brônquica, indicando
algumas condições que ampliam esta circulação, como o abcesso pulmonar, por
exemplo.
Virchow propôs o conceito atual de que a circulação brônquica ajuda a preservar
a função dos pulmões lesados por obstrução da artéria pulmonar.
A circulação
brônquica irriga brônquios, traquéia, vias aéreas intrapulmonares, feixes broncovasculres, nervos, linfonodos regionais e a pleura visceral.
As
veias brônquicas das vias aéreas superiores juntam-se às veias sistêmicas no
coração direito, enquanto que as veias brônquicas que drenam as vias aéreas
intrapulmonares deságuam no átrio esquerdo. Esse sangue que drena para o coração
esquerdo é conhecido como "colaterais pulmonares".
Estão
descritas 3 artérias brônquicas, sendo
duas para o pulmão esquerdo e uma para o
direito, nascendo diretamente da aorta ou de artérias intercostais; a artéria
mamária e até as artérias coronárias podem, muito raramente, servir de origem
destas artérias brônquicas.
Os
primeiros ramos brônquicos se dirigem para o esôfago, para linfonodos hilares e
para nervos vagos; penetram nos pulmões pelo hilo, onde apresentam um diâmetro
médio de 1,5 mm.
Ramos da artéria brônquica seguem pela parede das vias aéreas
até atingirem, os bronquíolos terminais, anastomosando livremente entre si de
modo a formar um plexo no espaço peribrônquico.