Anatomia Interna dos Pulmões
Os
pulmões estão localizados na cavidade torácica, e cada pulmão está livre para se
movimentar, pois está, invaginado num saco pleural e inserido apenas por sua
raiz e pelo ligamento pulmonar.
Os
pulmões normais são órgãos elásticos, mas eles sempre contém quantidade
considerável de ar. Consequentemente, são de peso leve, e flutuam na água. Eles
são macios e esponjosos ao tato e crepitam ao serem apertados.
Os
pulmões de um feto ou de um recém-nascido, que ainda não respiraram, são mais
firmes ao tato e não flutuam na água. Da mesma forma, pulmões que estão cheios
de fluido, como num resultado de um processo de doença não flutuarão.
Os
pulmões sadios de pessoas que viveram em áreas rurais são de coloração
cor-de-rosa claro enquanto as que vivem em áreas urbanas são acinzentados na
coloração e muitas vezes aparecem com manchas cinza escuras; esta diferença é
devida a impregnação do tecido pulmonar pela poeira atmosférica.
Se os
pulmões não são removidos logo após a morte, um pulmão geralmente é de
cor-de-rosa mais profundo do que o outro, como resultado da hipostase do sangue.
Os
pulmões estão moldados ao formato da cavidade torácica e os demais conteúdos
torácicos. Conseqüentemente, quando um pulmão é endurecido in situ pelo
embalsamamento, ele retém as impressões e marcações das estruturas adjacentes.
Por exemplo, normalmente há impressões para as costelas, para o coração, o
esôfago e vários vasos sangüíneos e nervos.
Na
pessoa normal, e mesmo entre os animais domésticos, o pulmão direito é
invariavelmente maior que o esquerdo. Cada pulmão apresenta para descrição uma
base (superfície diafragmática), um ápice, duas faces (costal ou externa e
medial ou interna), e três bordas (ventral ou anterior, dorsal ou posterior e
basal).
1.
A base, ou superfície diafragmática, de cada pulmão está relacionada à
superfície torácica e convexa do diafragma. Ela é côncava e mais
acentuadamente côncava no pulmão direito do que no esquerdo, em conformidade
com a posição mais cranial da cúpula direita do diafragmática.
2.
O ápice de cada pulmão é cranial e ocupa o espaço formado pela cúpula da
pleura
3.
A superfície externa ou costal está relacionada às costelas e cartilagens
costais, e em alguns casos ao esterno.
4.
A superfície interna ou medial é menos extensa do que a superfície costal e
possui duas partes, uma vertebral e uma
mediastinal. A parte vertebral está
relacionada aos corpos das vértebras torácicas. A parte mediastinal está
relacionada ao mediastino e às estruturas aí contidas. Nela, o coração, com
seu pericárdio, produz uma impressão bem acentuada, a impressão cardíaca, que
é mais profunda no pulmão esquerdo que no direito. Atrás da impressão
cardíaca, há uma área do pulmão que não é coberta por pleura e que contém os
brônquios, os vasos sangüíneos e os nervos que penetram ou deixam o pulmão.
Esta área é denominada hilo do pulmão, e as estruturas que penetram e deixam o
pulmão constituem a raiz do pulmão.
5.
A borda anterior ou ventral
é pontiaguda e irregular. Ela forma o limite
ventral entre a superfície costal e a parte mediastinal da superfície medial.
A borda ventral estende-se para dentro do recesso costo-mediastinal. Ao nível
do coração, a borda ventral é denteada para formar a incisura cardíaca. A
profundidade desta incisura varia, mas ela permite que o coração em seu
pericárdio esteja em contato com a parede torácica, embora através da
pleura.
6.
A borda posterior ou dorsal é espessa e arredondada. Ela forma o limite dorsal
e separa a superfície diafragmática (base do pulmão) das superfícies costal e
medial. A parte que separa a superfície diafragmática da superfície costal é
pontiaguda.
7.
A borda basal, que separa a superfície diafragmática da superfície medial, é
arredondada.
Os
Lobos Pulmonares
A
observação das superfícies pulmonares mostra a presença de segmentações bastante
visíveis, que dividem cada pulmão em lobos e lóbulos pulmonares.
Caracteristicamente, os pulmões são subdivididos em pedaços relativamente
grandes, chamados lobos pulmonares, por fissuras ou denteações conhecidas como
cisuras pulmonares.
Um
lobo pulmonar pode ser definido como uma grande parte do tecido pulmonar que é
ventilado por um grande brônquio surgido ou de um brônquio principal e que está
separado dos lobos adjacentes por cisuras interlobares.
As cisuras pulmonares,
as quais são duas no pulmão direito e uma no pulmão esquerdo, se projetam
separando-os em lobos; os lobos pulmonares se projetam sobre a superfície
torácica.
A cisura que ocorre nos dois pulmões é a
cisura oblíqua ("grande cisura"), que é a única do pulmão esquerdo. No pulmão direito existe também a cisura horizontal ("pequena cisura"). Desse modo, pulmão direito fica com
3 lobos (superior,
médio e inferior) enquanto que o pulmão esquerdo apresenta
apenas dois lobos (superior e inferior).
A
Raiz do Pulmão ("hilo")
A
raiz do pulmão, que ancora o pulmão à traquéia e ao coração, situa-se
aproximadamente ao nível horizontal à altura da quinta costela ou do quinto
espaço intercostal.
Cada raiz é formada pelas estruturas que penetram e deixam o
pulmão no hilo, a saber: o brônquio principal, os vasos pulmonares, os vasos
brônquicos, os vasos linfáticos e os nervos. Além disso, nódulos linfáticos
traqueobrônquicos estão associados com a raiz, sendo chamados de cadeia ganglionar hilar.
Dentro do mediastino, a traquéia e os brônquios principais situam-se para trás
em relação à base do coração e aos vasos pulmonares, e esta relação é mantida na
raiz. A artéria pulmonar, que possui uma parede mais espessa do que as veias
pulmonares, situa-se entre o brônquio e as veias pulmonares.
Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos
A
Árvore Brônquica Intra-Pulmonar
Os
pulmões podem ser considerados como sendo construídos na estrutura de uma árvore
brônquica.
O termo
árvore brônquica é usado por causa da aparência arborescente
dada pela ramificação dos brônquios e dos bronquíolos.
Os brônquios principais
originam os brônquios relativamente grandes que ventilam os lobos pulmonares;
eles são denominados brônquios lobares.
Cada brônquio lobar origina brônquios
que ventilam áreas independentes relativamente grandes dentro do lobo,
conhecidas como segmentos broncopulmonares.
O brônquio que supre um segmento é
chamado de brônquio segmentar, e é um ramo da terceira ordem, a primeira sendo
um brônquio principal e a segunda um brônquio lobar.
Os brônquios segmentares,
por sua vez, originam brônquios que ventilam áreas independentes relativamente
grandes dentro de um segmento. Esses brônquios são chamados
brônquios subsegmentares.
As
divisões bronquiais continuam até que as placas cartilaginosas desaparecem e o
tubo passa a ser chamado de bronquíolo.
Portanto, o arranjo geral das estruturas anatômicas do sistema respiratório se
assemelha à configuração de uma árvore (dita árvore traqueobrônquica), cujo
tronco, (a traquéia), se divide em dois ramos principais (os brônquios-fonte),
os quais, por sua vez, dão origem a dois ramos menores à esquerda a três à
direita, cada um se dirigindo a um dos lobos pulmonares. Eles se dividem de modo
dicotômico em dois ramos cada vez menores até que são gerados os bronquíolos
terminais.
Cada
bronquíolo terminal se continua através de um, dois ou três
bronquíolos
respiratórios. Cada um desses se abre, por sua vez, e se irradia de modo cônico,
na forma de 2 a 6 ductos alveolares, que dão origem aos sacos alveolares e, por
fim, aos alvéolos.
Os ductos alveolares apresentam numerosos sacos alveolares e
são tanto condutores como respiratórios, enquanto que os alvéolos são puramente respiratórios;
os sacos alveolares são simplesmente grupos de dois a quatro alvéolos.
Desse
modo, a partir dos bronquíolos respiratórios, o sistema traqueobrônquico é
composto por espaços aéreos de trocas gasosa (pois neles se processam as trocas
gasosas típicas da respiração).