À
necrópsia, podem ser evidenciadas duas tendências fundamentais quando da incisão
do tórax: o pulmão colaba e o tórax expande. Esse movimento em sentidos opostos
são possíveis somente quando a pressão pleural negativa é removida.
A
expansão do tórax é devida à retração elástica da caixa torácica; o colapso do
pulmão é conseqüência de força de retração elástica pulmonar, a qual se deve a
dois fatores, fundamentalmente:
1.
Elasticidade própria do tecido pulmonar
2.
Tensão superficial (alvéolos e pequenas vias aéreas)
Elasticidade é uma propriedade da matéria que causa o seu retorno à posição de
repouso após ter sido deformada por alguma força externa. A recuperação da configuração original após aplicação de forças deformantes é praticamente
perfeita para muitos tipos de materiais elásticos, desde que a força não seja
exageradamente grande.
Se a
força deformante é muito grande, o limite elástico é excedido e a recuperação da
configuração original é incompleta. Diz-se, nesse caso, que o corpo adquiriu uma
deformação permanente. Se suficientemente grande, a força deformante poderá
levar à ruptura do elástico.
Os
materiais cujo limite elástico é muito pequeno são chamados de corpos
inelásticos. O Aço é um corpo elástico, pois requer enorme força para sofrer
deformação.
O
físico inglês, Sir Robert Hooke (1635-1703) descreveu num livro uma importante
relação, desde então conhecida como a Lei de Hooke:
"A
deformação de um corpo elástico é diretamente proporcional à magnitude da
força aplicada, desde que o limite elástico não seja excedido".
Um
corpo perfeitamente elástico, como uma mola ideal, obedece à lei de Hooke:
quando é atingida por 1 unidade de força deformante, ela é estirada por 1
unidade de comprimento; quando é deformada por uma força de 2 unidades,
estira-se por duas unidades de comprimento e assim por diante, até seu limite de
elasticidade ter sido atingido ou excedido.
Um
corpo elástico é aquele que experimenta uma mudança no volume ou na forma quando
forças deformantes atuam sobre ele, mas retornam ao seu tamanho ou forma
originais quando as forças deformantes param de atuar.
A
maior parte do tecido pulmonar (e também da parede torácica) possui essa
propriedade de elasticidade. Como se fossem molas, estes tecidos elásticos podem
ser estirados durante a respiração por alguma força externa, como a muscular;
quando esta força deformante for removida, o tecido retrai para sua posição de
repouso, obedecendo à lei de Hooke.
Quanto maior a força muscular aplicada, mais
estas molas serão estiradas e maior a variação de volume pulmonar durante a
inspiração.
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