Anatomia   Macro  e  Microscópica  do  Sistema  Respiratório

Diferenciação Córtico-Medular

 

Nos últimos anos, surgiu uma tendência mundial em se estuda o pulmão dividindo-o em duas regiões anatômico-funcionais:

[1] Região Central, ou Medula Pulmonar

[2] Região Periférica, ou Córtex Pulmonar

A córtex corresponde a uma fina faixa de tecido pulmonar (3-4 cm mais externos do pulmão), onde estão os bem organizados lóbulos pulmonares. Um lóbulo pulmonar mede 1 cm por 2,5 cm e tem formato de cone, apontando para o hilo pulmonar. Os lóbulos pulmonares eventualmente presentes na medula são pouco numerosos e pequenos. Tanto as vias aéreas quantos os vasos sangüíneos da córtex pulmonar são pequenos, com menos de 1,5 mm de diâmetro interno.

 

A medula contém grandes vasos sangüíneos e as vias aéreas de maior calibre. Na córtex pulmonar não existem estruturas cartilaginosas, as quais são abundantes na medula; por outro lado, a córtex apresenta maior densidade de músculo liso nas paredes de suas vias aéreas.

 

O fluxo de ar pelas vias aéreas corticais (que estão já próximas das unidades de troca gasosa) é sempre muito pequeno e laminar, ao passo que na medula pulmonar o fluxo é muito elevado, sendo turbulento em muitas vias aéreas de grande calibre. O fluxo sangüíneo também é muito mais lento na córtex que na medula.

 

 

 

Os Tipos Celulares Diferem entre Córtex e Medula

A totalidade da árvore traqueobrônquica medular é forrada por uma membrana epitelial que repousa sobre uma membrana basal. Nas grandes vias aéreas (definidas como as que possuem um diâmetro interno > 2 mm), o epitélio é pseudo-estratificado ciliado, cuja espessura vai diminuindo à medida em que as vias aéreas vão se tornando menores, de um modo tal que, ao nível dos bronquíolos, consiste apenas de uma única camada simples de células ciliadas. Estas são mais cúbicas que colunares, numerosas e pequenas quando comparadas com seus equivalentes medulares.

 

As células ciliadas predominam nesse epitélio cortical respiratório, mas também existem na medula; o movimento sincrônico dos cílios gera uma força que impele o tapete mucoso em sua jornada diária desde as vias aéreas mais periféricas até à faringe, onde é deglutido.

 

Qualquer partícula, como poeira, no ar inspirado, fica aderida ao muco viscoso que recobre a árvore traqueobrônquica; a camada de muco é movida continuamente em direção à faringe pelo batimento dos cílios. Além de manter limpos os pulmões, esse sistema é importante mecanismo de defesa contra infecções.

 

Células caliciformes ficam imprensadas entre células ciliadas e contribuem com suas secreções para formar a camada de muco que recobre o epitélio em toda a sua extensão.  A maior parte desse muco é produzido pelas glândulas mucosas, especialmente nas vias aéreas condutoras, onde existem em maior quantidade.

 

As células caliciformes são as únicas que produzem muco dentro dos bronquíolos não-respiratórios.

 

As células basais correspondem a uma população de células de reserva, que repõe células eliminadas do epitélio respiratório. Ao nível do córtex pulmonar, os componentes celulares do epitélio de bronquíolos terminais e bronquíolos respiratórios são bastante diferentes dos encontrados nas grandes vias aéreas medulares.

 

As células ciliadas também estão presentes, porém em muito menor número. As células não ciliadas de Clara são numerosas, e exibem projeções citoplasmáticas que bojam para a luz do espaço aéreo. Aceita-se que as células de Clara tenham alguma função secretória.

 

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