Aspectos Histológicos
A
Parede Brônquica
A
estrutura da parede brônquica varia com o tamanho do brônquio, de modo que três
tipos estruturais de brônquios (grandes, médios e pequenos) podem ser
reconhecidos. Deve ser percebido, contudo, que estes 3 tipos passam de um para o
outro sem qualquer linha de demarcação acentuada.
Em
termos gerais, os brônquios principais direito e esquerdo e a primeira parte dos
brônquios lobares diafragmáticos são classificados como brônquios grandes. Os
brônquios apicais e médios lobares e os brônquios segmentares são classificados
como médios e o restante são pequenos brônquios.
As
mesmas quatro camadas principais que estavam presentes na traquéia estão
presentes nos brônquios, a saber.
1. Mucosa
2. Submucosa
3. Músculo-cartilaginosa
4. Adventícia
1.
A mucosa consiste do epitélio de uma membrana basal e da lâmina própria. O
epitélio é pseudoestratificado cilíndrico
ciliado que contém células
caliciformes. O epitélio contém três a quatro fileiras de núcleos nos grandes
brônquios. O número de fileiras é gradativamente reduzido na medida em que os
tubos ficam menores, e no bronquíolo o epitélio consiste de uma única camada
de células cilíndricas ou cúbicas. Imediatamente abaixo da membrana
basal há uma rica rede capilar. A mucosa dos brônquios maiores está quase
isenta das pregas longitudinais, mas enquanto os tubos vão ficando menores, as
pregas se tornam mais pronunciadas.
2.
A submucosa é uma lâmina frouxa que permite à túnica mucosa deslizar contra a
lâmina musculocartilaginosa. A submucosa é melhor desenvolvida nos grandes
brônquios e torna-se progressivamente mais delgada distalmente. No grande
brônquio, a submucosa é mais forte, onde ela está relacionada às placas
cartilaginosas; aqui ela contém as glândulas brônquicas.
3.
A camada musculocartilaginosa é externa à submucosa. Nos grandes brônquios,
ela consiste de placas cartilaginosas no formato de ferradura com músculo
disposto de modo transverso entre as extremidade dorsais das placas, como na
traquéia. Nos brônquios médios, as placas cartilaginosas são menores e de
formato irregular, e os feixes musculares formam uma camada
muscular circular
completamente fechada dentro da lâmina cartilaginosa. Nos pequenos brônquios,
as placas cartilaginosas são ainda menores e menos numerosas, e os feixes
musculares são mais delgados e estão dispostos em dobras helicoidais cruzadas.
Carinas
Do
mesmo modo que na carina da traquéia, nos pontos de divisão dos brônquios é
formada uma carina divisória que é sustentada por uma peça de cartilagem com
formato de sela. Os espaços entre as placas cartilaginosas são preenchidas por
tecido fibroelástico, que serve para manter as placas cartilaginosas na posição,
fornecendo simultaneamente flexibilidade.
Glândulas
As
glândulas brônquicas estendem-se do nível da traquéia até os pequenos brônquios.
Elas são especialmente numerosas nos brônquios de tamanho médio. Os ductos das
glândulas passam através da túnica mucosa e abrem-se no lúmen do tubo.
Bronquíolos
A
transição de pequenos brônquios para bronquíolos ocorre quando as placas
cartilaginosas desaparecem. Neste ponto, o diâmetro do tubo está entre 0,5 e 1,0
mm.
Normalmente, há 3 ou 4 divisões bronquiolares antes que o último dos
bronquíolos seja atingido, o qual possui um revestimento contínuo de células
cúbicas e ciliadas e é conhecido como um bronquíolo terminal.
As camadas
musculares nos bronquíolos são relativamente espessas e a disposição espiral é
mais íngreme. As glândulas brônquicas estão ausentes nos bronquíolos. É
interessante, do ponto de vista funcional, notar que o epitélio ciliado
estende-se mais adiante distalmente do que ocorre com as glândulas, desta forma
assegurando que coleções de muco não causarão um bloqueio.
Os
bronquíolos terminais demarcam o fim da porção condutora da árvore brônquica. A
partir daqui só serão encontradas estruturas relacionadas com as trocas gasosas.
Bronquíolos Respiratórios
Cada
bronquíolo terminal divide-se em 3 bronquíolos respiratórios.
Um
bronquíolo respiratório é caracterizado pela presença de alvéolos simples e
semelhantes a sacos que se abrem nas paredes dos bronquíolos, tendo um epitélio
de revestimento formado por células cúbicas e por células achatadas. Cada
bronquíolo respiratório sofre ao menos duas divisões adicionais, de modo que em
geral três ordens de bronquíolos respiratórios
podem ser encontradas.
Geralmente, cada terceira ordem de bronquíolo respiratório emite alguns ductos
alveolares ,dos quais surgem os sacos alveolares e os alvéolos. Contudo, os
ductos alveolares podem surgir de um bronquíolo respiratório de primeira ordem
ou de segunda ordem; às vezes, até de uma Quarta ordem. Os bronquíolos
respiratórios de última ordem abrem-se quer dentro dos ductos alveolares, quer
dentro dos sacos alveolares.
Os
Alvéolos Pulmonares
Os
alvéolos pulmonares são espaços aéreos muito pequenos com paredes finas.
A
parede de um alvéolo consiste de uma só camada de capilares livremente
sustentada por numerosas fibras reticulares e algumas fibras elásticas. Os
alvéolos são revestidos por uma lâmina muito fina de endotélio sustentada por
uma membrana basal. As paredes dos capilares alveolares consistem de uma lâmina
de endotélio sustentada por uma membrana basal.
A
difusão de oxigênio e dióxido de carbono ocorre através do epitélio alveolar, da
membrana basal alveolar, da membrana basal capilar e do endotélio capilar. Estas
4 camadas são muitas vezes citadas como a membrana
alveolocapilar ou barreira hemato-alveolar.
No
adulto normal, o pulmão direito pesa 600g e o pulmão esquerdo pesa 500 g,
incluindo seu conteúdo sangüíneo.
Dependendo de seu tamanho específico, um pulmão adulto contém cerca de
14 milhões de ductos alveolares, que dão origem a
cerca de 200 000 000 a 600 000 000 de alvéolos (média de
300 milhões), cada um medindo 0,25 mm, irrigados por cerca de
280 bilhões de capilares.
Esse
conjunto de unidades de trocas gasosas corresponde a uma área de superfície de
troca gasosa correspondente a uma área de 80 a 120 m2, dependendo do
sexo, idade e altura do indivíduo.