De um modo objetivo, convém avaliar duas variáveis ao estudar
a atuação dos pulmões como órgão fornecedor de oxigênio e eliminador de gás
carbônico, a saber:
(a)
ventilação pulmonar
(b)
trocas gasosas alvéolo-capilares
Ventilação Pulmonar
Consiste na entrada e saída de ar atmosférico nos pulmões, a
qual permite manter constante a composição do ar alveolar (que está em contato
com o sangue, sofrendo as trocas gasosas). Este parâmetro depende de variáveis
mecânicas tanto passivas quanto ativas e é clinicamente investigada por testes
de função pulmonar tipo espirometria, além do exame físico.
Trocas Gasosas Alvéolo-Capilares
Através destas se dá a hematose (que é a missão principal e
final dos pulmões), ou seja, conversão de sangue venoso em sangue arterial.
É clinicamente avaliada através gasimetria do sangue
arterial, sangue venoso e do ar expirado, a qual permite avaliar a presença de
defeitos nas trocas gasosas, inclusive quantificando eventuais misturas venosas
(tanto shunt verdadeiro quanto "efeito shunt") e medindo até o espaço morto.
Relação Ventilação/Perfusão
Para desempenhar adequadamente a função respiratória
pulmonar, há que ocorrer o encontro adequado e bem proporcionado entre ar
(alveolar) e sangue (capilar), ou seja, a relação ar (ventilação)/sangue
(perfusão) deve ser proporcionalmente igual às necessárias para uma adequada
troca gasosa. Esse encontro adequado é garantido por sofisticados mecanismos que
permitem uma uniformidade de contato entre ventilação e perfusão em cada unidade
de troca gasosa. Estes mecanismos ocorrem em estruturas especializadas que
tendem a garantir a normalidade nas trocas gasosas alvéolo-arteriais.
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