Relação Estrutura e Função Pulmonar
As
vias aéreas podem ser vistas como uma série de ductos que se ramificam
dicotomicamente; cada "via aérea pai" dá lugar a dois "ramos-filho" quando se
ramifica.
Em
média, há 23 gerações de vias aéreas
intrapulmonares. As primeiras 16 (gerações de 1 a
16) são as
vias aéreas condutoras porque elas provêem um canal para fluxo de gás para as
regiões de troca gasosa do pulmão. Estas vias aéreas incluem traquéia,
brônquios-fonte, brônquios lobares, brônquios segmentares,
brônquios subsegmentares, pequenos brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais.
As
últimas sete gerações incluem o bronquíolos respiratórios,
ductos alveolares, e
sacos alveolares, os quais dão lugar a alvéolos.
O bronquíolo respiratório de
primeira-ordem (z = 17) e todas as suas vias aéreas distais que
trocam gases constituem um ácino pulmonar.
A estrutura das paredes das vias
aéreas condutoras é bastante diferente das regiões de troca gasosa. As paredes
das vias aéreas condutoras são compostas de três áreas principais:a mucosa
interna; a capa de músculo liso, separada da mucosa através de tecido conjuntivo
submucoso; e a capa de tecido conjuntivo externo que, em brônquio grande, contém
cartilagem.
O epitélio brônquico é pseudo-estratificado e contém células altas e
menores. Nos bronquíolos, um epitélio simples está presente. Células epiteliais
de via aérea têm cilios na superfície apical; os cilios são elementos
importantes da escada rolante mucociliar. Os cilios batem na direção da
orofaringe e empurram muco. A escada rolante mucociliar é mecanismo de limpeza
de via aérea ("clearance mucociliar").
Vias
aéreas apresentam músculos lisos em pacotes contínuos dentro do tecido
conjuntivo submucoso, estendendo do brônquio principal aos bronquíolos
respiratórios. Pacotes de músculo se estendem até nas regiões de troca gasosa e
se mantêm nas paredes das aberturas de alvéolos.
O
Conceito de Ácino Pulmonar: Região de Troca Gasosa
A
unidade respiratória terminal, o ácino pulmonar, é uma estrutura tridimensional,
na qual ocorre o encontro entre o ar e o sangue a ser hematosado.
A
região de troca gasosa tem que permitir difusão eficiente de oxigênio e gás
carbônico por paredes alveolares e capilares. Ao
mesmo tempo, tem que resistir às forças mecânicas de insuflação pulmonar,
desinsuflação e fluxo de sangue pulmonar. A justaposição de endotélio vascular e
epitélio alveolar em um estroma de tecido conjuntivo de apoio surge para cumprir
estas exigências idealmente.
Cada
ácino contém 3 ordens de bronquíolos respiratórios, cada um dos quais dando
origem a cerca de 100 ductos e
sacos alveolares. Existem aproximadamente
220 000
bronquíolos respiratórios em cada pulmão. Nos bronquíolos respiratórios de 1ª
ordem nascem uns poucos alvéolos, em geral em um único lado da sua parede; um
número maior de alvéolos nascem dos bronquíolos respiratórios de 2ª e
3ª ordens.
Apesar disso, a maioria dos alvéolos pulmonares tem origem nos ductos
alveolares, os quais, em conjunto, formam um lóbulo primário. Existem de duas a
cinco ordens de bronquíolos respiratórios (média de 3), numerados com algarismos
romanos (as 2 a 5 ordens de ductos alveolares, por sua vez, são numerados com
algarismos arábicos).
Os
ductos alveolares são curtos (comprimento igual a 1,5 vezes sua largura),
ramificando-se logo, sendo que cada ducto pode gerar de 10 a
16 alvéolos.
Existem cerca de 20 000 000 de ductos alveolares em cada pulmão humano. O ducto
alveolar tem um diâmetro interno na faixa de 0,6 a 0,16 mm.
Os alvéolos que
nascem de cada ducto são hexagonais, exceto o alvéolo terminal, que é esférico.
Há de 10 a 30 alvéolos por ducto ou saco alveolar, ou seja, de
200 a 600 milhões
de alvéolos nos pulmões. A última série de ductos alveolares costuma dar origem
de um a três sacos alveolares. Como se vê, a alveolização aumenta desde o
bronquíolo respiratório até à periferia do ácino.
A principal diferença entre
ductos alveolares e bronquíolos respiratórios é que os ductos são completamente alveolizados e não possuem epitélio ciliado. Os ductos alveolares funcionam como
uma estrutura formada por músculo liso e fibras conjuntivas, capaz de fornecer
apoio mecânico a uma seqüência contínua de alvéolos, cujas paredes são
extremamente delicadas.
As
Comunicações Intra-Acinares
Uma
unidade de troca gasosa (ácino) consiste numa estrutura distal ao bronquíolo
terminal, possuindo de duas a cinco ordens de bronquíolos respiratórios; cada um
destes geram 2 a 5 ductos alveolares que, por sua vez, ramificam rapidamente,
gerando de 10 a 16 alvéolos, todos confluindo para a região central denominada
Átrio.
Os alvéolos comunicam-se uns com os outros através dos
Poros de Kohn, que
nada mais são do que pequenos buracos nas paredes entre dois alvéolos contíguos;
geralmente, uma célula cúbica, conhecida como Pneumócito II ou
célula alveolar
secundária, faz parte da abertura de um poro de Kohn.
Comunicações outras além
dos poros de Kohn, conhecidos como canais de Lambert, de diâmetro em torno de 50
mm, permitem a comunicação entre ductos alveolares e entre alvéolos e ductos
alveolares.
Essas comunicações (poros de Kohn, canais de Lambert) permitem
ventilação colateral entre posições adjacentes de tecido pulmonar, exceto aonde
estão separados por um septo.
Poros
Alveolares de Kohn
A
princípio considerados por alguns como artefatos, os poros de Kohn modernamente
são considerados como entidades anatômicas que ocorrem no septo alveolar,
permitindo o movimento de gases de um alvéolo a outro. Seus diâmetros variam de
3 a 13 mm, podendo aumentar durante a insuflação pulmonar.
Canais de Lambert
São
vias accessórias que comunicam espaços aéreos distantes entre si, ligando
bronquíolos, bronquíolos terminais ou mesmo vias aéreas maiores a espaços aéreos
distais.