Anatomia   Macro  e  Microscópica  do  Sistema  Respiratório

A Contração da Musculatura Inspiratória

 

A contração da musculatura inspiratória amplifica a tendência natural da caixa torácica de ocupar uma posição inspiratória. De fato, se fosse cortado ao nível do tórax, um homem teria suas estruturas torácicas saltando abruptamente para fora, como se fossem molas previamente deprimidas.

 

Os músculos inspiratórios são aqueles que correm da cabeça e do pescoço (escalenos, esternocleidomastoideo) ou dos braços (peitoral minor) às costelas, bem como aqueles que correm de costela a costela, no sentido de cima para baixo e de dentro para fora (intercostais externos).

 

Os músculos elevadores dorsais e serrados póstero-superiores, que formam parte da grande massa muscular ligada à coluna vertebral em seu sentido posterior e que correm para baixo, a partir das vértebras torácicas em direção às costelas, podem também elevar estas últimas, funcionando, portanto, como músculos accessórios da respiração. Tais músculos só são empregados quando há hiperventilação e/ou grave doença respiratória.

 

 

 

Os Músculos Intercostais

Os intercostais, como o nome sugere, estão situados entre duas costelas adjacentes. As costelas podem ser mobilizadas em sua região anterior, mas não em sua parte posterior, onde se encontram firmemente presas entre duas vértebras.

 

Os músculos intercostais externos se contraem durante a inspiração e relaxam durante a expiração. Sua ação decorre de elevação da costela situada imediatamente abaixo, determinando que esta gire sobre seu eixo ("movimento em alça de balde"). As inserções dos intercostais externos situam-se nas regiões anteriores da costela inferior, a qual é elevada em função da contração desses músculos.

 

As inserções dos intercostais internos situam-se nas regiões anteriores da costela superior. Quando os pulmões estão moderadamente insuflados, essas fibras exercem efeitos expiratórios; isso decorre do abaixamento da costela situada ime-diatamente acima.

 

Os músculos intercondrais atuam de modo semelhante aos intercostais externos.

 

 

 

Diafragma

A musculatura diafragmática forma o assoalho da cavidade torácica; suas fibras convergem para o tendão central. Quando todas as fibras do diafragma contraem juntas, o tendão central é puxado para baixo como se fosse um piston; isto aumenta o diâmetro longitudinal da cavidade torácica, diminuindo a pressão torácica e aumentando a abdominal.

 

Durante a respiração tranqüila, a excursão diafragmática necessária para gerar o volume corrente é 1,5 cm; durante inspiração profunda, a extensão pode chegar a 10 cm.

Se o diafragma desce 10 mm, isto produz um aumento de 250 ml no volume torácico e, portanto, no volume de ar no interior dos pulmões.

 

Aproximadamente um terço do movimento de ar de uma inspiração individual é produzido pela descida do diafragma; o restante da expansão é provocado pela elevação real da caixa torácica.

 

A inervação do diafragma (feita pelos dois nervos frênicos) origina-se do terceiro e quarto segmentos cervicais da medula espinhal, enquanto que os músculos intercostais e a maior parte dos músculos inspiratórios acessórios são inervados a partir de segmentos torácicos e lombares.

 

O diafragma pode, assim, permanecer ativo mesmo quando os outros músculos estejam paralisados por secção transversa da medula espinhal a níveis torácicos superiores ou cervicais inferiores.

 

Como o diafragma é inervado pelo frênico, lesões decorrentes de traumatismo na coluna cervical que comprometam C3 e C4 podem causar insuficiência respiratória aguda por paralisia diafragmática.

 

 

 

 

Músculos Accessórios da Respiração

 

Os mais importantes são os escalenos, que fixam ou puxam para cima a primeira costela (trazendo todas elas para uma posição horizontalizada, pois os intercostais externos tornam as costelas interligadas fortemente) e o esternocleidoocciptomastoideo. Este se insere no esterno e clavícula inferiormente e na apófise mastóide e occipital em suas inserções superiores. Os escalenos inserem-se na primeira (escalenos anterior e médio) e segunda (escaleno posterior) costelas.

 

 

 

 

Contração de músculos expiratórios

 

A expiração em repouso é usualmente feita de modo passivo, através da retração elástica do parênquima pulmonar; se necessários, os intercostais internos e a musculatura da parede anterior do abdome podem participar do processo. Isso ocorre sempre que o volume minuto excede de 40 l/min, durante expiração forçada e em certas doenças.

 

Nesse caso, os músculos expiratórios começam a se contrair ativamente de modo a acelerar e a tornar mais completo o esvaziamento pulmonar. Se isso não ocorresse, qualquer aumento na profundidade respiratória reduziria, necessariamente, a freqüência respiratória; é apenas na medida em que a atividade da musculatura expiratória aumenta que é possível aumentar tanto a freqüência quanto a profundidade da respiração, de modo simultâneo.

 

Quando a atividade expiratória aumenta ao ponto em que a musculatura expiratória entra em ação, os músculos accessórios da inspiração também são ativados.

 

Os músculos expiratórios são aqueles que correm da pélvis ao esterno (reto abdominal) ou até as costelas, em sua região posterior (músculos ílio-costais lombares e quadrado lombar), ou aqueles que correm das vértebras para cima, em direção às costelas (serrato posterior inferior).

 

O músculo triangular do esterno corre para cima e para fora, na superfície interna do tórax, e atua deprimindo as costelas; os intercostais internos correm para baixo e para fora, quase que perpendicularmente aos intercostais externos e sua contração também deprime as costelas.

 

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